

by cumlaude lab
Quais os cuidados a ter?
Existem situações em que as mulheres sentem pudor no que diz respeito à sua saúde íntima.
A saúde íntima é o estado de bem-estar e equilíbrio do aparelho genital feminino, composto pela vulva e a vagina. Neste estado de bem-estar, mantêm-se as condições fisiológicas adequadas à evolução da idade da mulher, sem perturbações locais, como prurido, secura, dor, infecções ou incontinência, além de permitir uma vida sexual plena e satisfatória.
As perturbações vaginais podem originar stress e problemas nas relações interpessoais e sexuais, afectando a confiança e a auto-estima.
A zona íntima é uma zona delicada, exposta a diversos factores externos e internos que perturbam o seu equilíbrio, pelo que está, muitas vezes, sujeita a infecções. Desta forma, o seu cuidado diário, através de uma adequada higiene íntima feminina, é fundamental para prevenir perturbações vulvo-vaginais.
Sabia que...






1. Vagisil report in Spain; 2. Monographic Intimate well-being, Farmacia; 3. Clínica Ginecológica Teknon






A vagina e o seu PH
O pH vaginal é diferente do resto do corpo e varia conforme as etapas da vida da mulher.
A partir da puberdade, com a produção hormonal, nomeadamente de estrogénio, ocorre uma libertação de glicogénio, que é convertido em ácido láctico, acidificando o meio. Assim, durante a etapa fértil da mulher (da puberdade até à menopausa) o pH vaginal é ácido.
Por outro lado, na infância e, a partir da menopausa, devido à ausência hormonal, o pH da vagina é neutro.
Desta forma, é importante utilizar cuidados específicos com um pH adaptado a cada etapa da vida da mulher, de forma a evitar desequilíbrios. A higiene íntima feminina deve ser ajustada para atender a essas variações de pH ao longo das diferentes fases da vida.


Lubrificação da Vagina
A vagina é naturalmente lubrificada pelo muco cervical, cuja produção depende do estímulo hormonal estrogénico. Além disso, quando existe um estímulo sexual, as glândulas de Bartholin aumentam a secrecção de muco lubrificante, de forma a reduzir a fricção durante as relações sexuais.
No entanto, quando existem alterações na lubrificação vaginal, as mulheres podem apresentar secura vaginal.
Este é um sintoma associado à menopausa pois, nesta fase, o corpo vai produzindo menos estrogénio, o que leva a uma menor secreção de muco. Contudo, esta situação não está apenas relacionada com a menopausa, podendo afectar mulheres de todas as idades, em diferentes fases da sua vida, já que existem diversas causas para o seu aparecimento, como alterações hormonais, stress, medicação (antidepressivos e retinoides), pós-parto e amamentação. A higiene íntima feminina adequada pode ajudar a minimizar a secura vaginal, mantendo o equilíbrio natural da região íntima.


Microbioma Vaginal
O conjunto de microrganismos que habita naturalmente a vagina, tem um papel fundamental na promoção do equilíbrio da vagina e na prevenção do aparecimento de bactérias patogénicas que podem, depois, levar ao aparecimento de infecções.
Existem diversos tipos de microrganismos que habitam naturalmente na vagina, sendo os mais prevalentes os lactobacilos, que promovem uma proteção da vagina, impedindo o crescimento de microrganismos patogénicos e protegendo o ecossistema vaginal.
Assim, é extremamente importante preservar este microbioma vaginal. A higiene íntima feminina adequada é essencial para equilibrá-lo e prevenir infeções.


Higiene
A higiene deve ser específica com produtos com pH ácido e que promovam uma limpeza suave, mas eficaz, preservando o filme hidrolipídico que protege a pele.
Hidratação
A secura vulvo-vaginal é uma situação cada vez mais frequente nas mulheres mais jovens, podendo estar relacionada com diversas situações como a toma de alguns medicamentos, como antidepressivos, o stress e hábitos de consumo. Assim, deve utilizar-se regularmente um hidratante específico, por forma a promover a hidratação vulvo-vaginal e evitar desconforto e secura.
Lubrificação
Uma das consequências da secura vaginal é a dispareunia, nome dado à dor nas relações sexuais, pelo que se torna fundamental utilizar, além de hidratantes, lubrificantes, por forma a diminuir o desconforto da mulher nestas situações. Desta forma, para uso pontual, os lubrificantes substituem a lubrificação natural, facilitando as relações sexuais, através da redução da dor e desconforto e aumentando o prazer.
Suplementação
Por outro lado, as flutuações hormonais, nomeadamente no período pré-menstrual e durante a gravidez, a ovulação e a toma de contracetivos orais, podem provocar alterações de humor e do sono e originar fadiga e cansaço. Estas alterações, aliadas ao sedentarismo, ao uso de roupas apertadas ou à má circulação, podem levar a muitas queixas de retenção de líquidos por parte das mulheres. Esta situação resulta numa incapacidade do organismo em eliminar os fluidos em excesso, que se acumulam nos tecidos, provocando edema (inchaço), sobretudo nas pernas, tornozelos, mãos e abdómen.
Os suplementos alimentares com ação drenante ajudam a eliminar os líquidos e a melhorar estes sintomas.
Existem também suplementos alimentares que ajudam a aumentar os níveis de serotonina, a “molécula da felicidade”, que contribuem para a regulação do humor, reduzindo os estados de ansiedade e depressão, a fadiga e o cansaço.


Higiene
Durante este período ocorrem algumas alterações vaginais, devido a um aumento na produção de estrogénio, pelo que o pH nas mulheres grávidas se torna mais ácido. Devem, por isso, ser utilizados produtos de higiene íntima específicos e suaves que promovam uma limpeza eficaz, mantendo o pH vaginal.
Hidratação
Também é importante manter uma hidratação regular da zona íntima para promover a sua hidratação a longo prazo. Após o parto e, durante a amamentação, é muito frequente surgirem sintomas de secura vulvo-vaginal, já que os níveis de estrogénio diminuem consideravelmente.
Lubrificação
Para diminuir a dor e o desconforto nas relações sexuais, utilize um lubrificante para diminuir a fricção que ocorre entre os tecidos.


Sintomas
A sintomatologia da menopausa deve-se sobretudo a alterações hormonais (défice estrogénico). Irregularidades menstruais - os primeiros sinais correspondem a períodos irregulares, mais curtos ou espaçados do que anteriormente.
Afrontamentos - os “calores” repentinos são um dos sintomas mais característicos da menopausa, caracterizando-se por uma sensação súbita de calor durante alguns minutos, associada frequentemente a sudorese e palpitações. Muitas vezes, ocorrem, também, suores noturnos.
Insónia - A par dos suores noturnos, existem frequentemente perturbações do sono durante esta etapa.
Secura e atrofia vaginal - em consequência da diminuição estrogénica, ocorre uma diminuição da lubrificação vaginal, pelo que a secura vaginal é também uma característica desta fase. Na atrofia vaginal, as paredes da vagina ficam mais finas, mais secas e menos elásticas irritando, com facilidade, devido a um défice estrogénico.
Falta de desejo sexual – uma redução na líbido é, também, um sintoma frequente da menopausa.
Infeções vaginais - as alterações hormonais na menopausa podem desequilibrar a flora vaginal, aumentando a suscetibilidade ao desenvolvimento de infeções.
Nesta fase, deve ser adotada uma rotina de cuidado íntimo adequada, que deve passar por uma higiene íntima feminina específica, um reforço na hidratação vulvo-vaginal regular, bem como lubrificação pontual, nas relações sexuais.
Também pode ser necessária a toma de suplementos alimentares que ajudem a reduzir os sintomas da menopausa, por forma a melhorar a qualidade de vida.


Devemos ter em atenção as diferenças da zona íntima e escolher produtos adequados para a sua higiene específica, que ajudem a manter o equilíbrio natural do pH e limpem suavemente, mas de forma eficaz.
Além da higiene diária habitual, deve lavar e secar bem a zona íntima após a prática de exercício físico e após as relações sexuais.
As infeções mais comuns tratam-se da vaginose bacteriana e da infeção por Candida albicans, vulgarmente designada por candidíase.
Apesar de muitas vezes confundidas, podemos distinguir estas duas perturbações através dos seus sintomas:
Vaginose bacteriana
É uma infeção polimicrobiana que está associada a um corrimento branco-acinzentado, fino e homogéneo, com odor desagradável a peixe.
Candidíase
A candidíase é provocada pelo fungo Candida Albicans e caracteriza-se por ardor, comichão e corrimento branco, grumoso e espesso.
Como prevenir as infeções vulvo-vaginais?
Existem alguns cuidados que podemos ter para evitar o desenvolvimento de infeções:
- Utilizar roupa interior de algodão e evitar o uso de roupa muito apertada:
- Utilizar produtos de higiene específicos e fazer a limpeza sempre da frente para trás;
- Urinar e higienizar a zona íntima depois das relações sexuais;
- Trocar com frequência os pensos higiénicos, tampões ou copo menstrual.
Muitas mulheres desenvolvem infeções de forma recorrente, por isso, estas recorrências devem ser prevenidas através do uso de prebióticos que vão ajudar a restabelecer a flora e o pH vaginais, ajudando também a regularizar as secreções vaginais.